Marcia Santos
Jornalista Responsável

Os pais do pequeno Vinicius Felipe Lima Leal de Deus, de apenas 10 dias, passaram momentos de aflição na noite desta quarta-feira (22/07) com o filho engasgado com leite materno, mas encontraram quatro “anjos da guarda” do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), que conseguiram desafogar a criança e levar ao hospital a tempo de receber o atendimento médico. A família visitou o batalhão nesta sexta-feira (24/07) para agradecer aos policiais militares.

A noite tranquila em mais um plantão na sede do batalhão, no bairro Tarumã, mudou rapidamente quando o casal, que mora a cerca de um quilômetro do quartel, chegou na guarita com o filho nos braços já desacordado. Quem se deparou com o desespero dos pais foi o cabo Anselmo Ferrando, que estava na guarda do batalhão naquele momento.

O policial logo chamou a ajuda do colega de turno, soldado Jimmy Kinczeski Goossen, do plantonista na Sala de Operações, cabo Juliano Alberti, e do guincheiro, cabo Lucio Mauro Martim de Paula, para verificar qual era a situação da criança. Ao constatarem que se tratava de um engasgo com leite materno, o cabo Alberti iniciou a manobra de Heimlich. "A criança já estava roxa, aí orientei ao pai para virar a criança para baixo e iniciei a manobra para desobstruir as vias áreas. Fiz com calma para não machucar a criança, que é muito pequena. Depois de algumas repetições, o bebê começou a recobrar forças", disse o cabo Alberti.

“Mesmo assim, notamos que a criança ainda tinha muita dificuldade para respirar, então o soldado Jimmy tentou contato com o Samu para pedir apoio, mas não houve resposta, então levamos o bebê de viatura até o Hospital Cajuru”, conta o cabo Mauro. Durante o trajeto, o cabo passou orientações ao pai do menino para que continuasse com a massagem até a chegada ao hospital.

“Falei para ele continuar a massagem e tentar tirar o restante de líquido que ainda ficou preso nas vias aéreas. Assim que chegamos, uma equipe de enfermagem nos atendeu e prontamente prestou socorro ao bebê. Se não tivéssemos feito o primeiro atendimento, certamente teria ocorrido uma tragédia”, completou o policial militar.

Dionatan Felipe Garcia Leal de Deus, pai do garoto, agradeceu ao empenho dos policiais no socorro ao filho. “Saímos às pressas de casa e paramos no batalhão para pedir ajuda e, graças ao apoio com a viatura, conseguimos chegar a tempo no hospital”, afirmou.

Ele ainda disse que chegou a ficar em choque diante da situação. “Agradeço imensamente por todo o atendimento feito pela PM, que salvou meu filho. Eu tenho uma noção sobre primeiros socorros porque fiz um curso de segurança do trabalho, mas mesmo fazendo os procedimentos ele [bebê] não voltava, cheguei a ficar em choque de tanto desespero”, disse.

Para o cabo Mauro, a situação foi marcante, mas não inédita na carreira. Há três anos, uma situação semelhante também o motivou a levar mãe e filho para o hospital após um engasgo com leite materno. “Naquela ocasião, a gravidade foi tão grande que não tive tempo de pegar uma viatura, levei a mãe e o bebê no guincho do batalhão até o Hospital Cajuru”, contou.

Para o soldado Jimmy, a ocorrência foi marcante e deixa um grande aprendizado. "Ver a criança desfalecida foi difícil, mas graças a Deus a equipe deu atendimento e o suporte necessário para que a criança voltasse a respirar e deu tudo certo. Nosso papel vai além de combater a criminalidade e estamos nas ruas para atender todos os tipos de situação. Ficamos felizes com o agradecimento da família", afirmou.